O
Dia 15 de novembro além de ser uma data importante para a história do Brasil,
já que se comemora a queda do Regime Monárquico e a implantação da República,
constitui também uma data importante para milhões de brasileiros. Em 15 de
novembro de 1908, através do Médium Zélio Fernandino de Morais, nasceu à
religião genuinamente brasileira chamada UMBANDA.
Tal
data ganhou ainda mais prestígio com a edição da Lei Federal n. 12.644, de 16
de maio de 2012, que instituiu oficialmente a data de 15 de novembro como “Dia
da Umbanda”.
O
reconhecimento da data pelo Congresso Nacional trouxe importantes avanços na
desmistificação desta religião tão brasileira. A Umbanda aos poucos está
ganhando reconhecimento na sociedade, umbandistas assumindo sua religião, sem
medo de serem discriminados, núcleos de estudos estão sendo criados e,
inclusive, já foi criada a primeira Faculdade de Teologia Umbandista do Brasil,
com reconhecimento do MEC.
Todavia,
há muito a ser feito. A Umbanda recebeu em sua formação influências espíritas,
católicas, indígenas e africanas, porém foi desta última que herdou o
preconceito ainda existente na sociedade brasileira, contra o negro e sua
cultura, conseqüência direta da escravidão.
Ora,
se a pouco mais de 126 anos atrás, imperava na sociedade brasileira a idéia de
que o negro não era humano, mas sim um mero animal, objeto, como esperar que
sua fé e sua cultura fossem aceitas e respeitadas pela sociedade e colocada no
mesmo patamar que a cultura dos povos europeus?
As
marcas da escravidão ainda estão no Brasil e o reflexo maior se encontra
justamente nas questões religiosas. Quantas ofensas os adeptos das religiões
afro-brasileiras já receberam direta ou indiretamente, com coisas do tipo
“chuta que é macumba” ou ainda, com a profanação de entidades, instrumentos
sagrados e com a “demonização da fé” promovida por alguns pastores evangélicos.
Por que o Deus cultuado pelos “brancos” é bom e o Deus cultuado pelos “negros”
é mal? Será que a cor e a origem de um povo podem ser utilizadas para
determinar quem é inferior ou superior? É claro que não.
Muitas
pessoas já se libertaram desses antigos paradigmas de nossa sociedade, mas
infelizmente, ainda existem pessoas sendo discriminadas, agredidas e até
mortas, porque optaram por seguir as religiões afro-brasileiras.
Desde
sua origem a Umbanda, na humilde Tenda Nossa Senhora da Piedade, nunca buscou
atacar qualquer religião. Os princípios de amor e caridade fizeram com que as
casas de Umbanda fossem freqüentadas inclusive por adeptos de outras religiões,
os quais encontraram o auxílio, as respostas e o amparo buscado, sem que para
isso tivessem que deixar sua crença de lado. A Umbanda não é melhor ou pior que
outra religião, é apenas um caminho oferecido pelo Criador, para se chegar à
evolução do espírito.
E
assim, nas lições dos espíritos de luz que se manifestam nos templos, trazendo
mensagens de esperança, alívio e conforto a Umbanda completa seus 105 anos!
Religião ainda muito jovem, se comparada com as demais, e ainda em formação.
Infelizmente a Umbanda, assim como as demais religiões, ainda é vítima de
pessoas descompromissadas, ignorantes, interesseiras, fantasiosas, que se
utilizam do nome Umbanda para enriquecer, para explorar e para iludir pessoas. Todavia,
com o tempo tais pessoas serão denunciadas e desmascaradas e a verdadeira
Umbanda, aquela pautada no estudo, na simplicidade, na seriedade e na prática
do amor e da caridade, prosseguirá levando luz àqueles que a procuram.
Nesse
dia tão importante para a Umbanda, pedimos que Oxalá, mestre supremo, derrame
sua luz e sua benção, a todos os irmãos de fé e trabalhadores da Sagrada
Umbanda.
Jefferson
L. Grossl
T.U.
Filhos da Vovó Rita
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